segunda-feira, 6 de julho de 2009

Agricultores encontram saídas para a crise no Vale do São Francisco

A produção de frutas do Vale do São Francisco, concentrada especialmente em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), tem sofrido com a crise mundial. Por conta do cenário negativo, importadores europeus e norte-americanos suspenderam as compras antecipadas que financiavam a produção. Sem o adiantamento, que chegava a R$ 300 milhões anuais, os fruticultores reduziram a safra deste ano e demitiram empregados.



O presidente da Câmara Setorial da Fruticultura de Juazeiro e produtor de uva desde 2003, Ivan Pinto da Costa, conta que muitas áreas de produção estavam paradas aguardando recursos para o plantio. "De novembro até o final de maio fazemos uma reforma no parreiral para preparar para a safra. Sem os recursos, deixamos muitas áreas paradas", destaca.

Apesar das dificuldades, Ivan conta que os produtores já estão mais confiantes por conta de soluções que foram apresentadas pelo governo e instituições. No último dia 3, uma reunião em Juazeiro trouxe mais otimismo. "A partir do encontro, ficou clara a possibilidade de renegociação das dívidas de custeio e investimento com o Banco do Brasil", disse Ivan da Costa. Desde o final de janeiro, os produtores já tinham conseguido a renegociação de dívidas no Banco do Nordeste.

Outra saída que já está valendo é uma linha de crédito para capital de giro das empresas que exportam frutas. São R$ 200 milhões disponíveis no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Quem tomar o empréstimo tem até três anos para quitar a dívida. "Essa ajuda só terá efeito se o Banco do Brasil realmente renegociar as dívidas, porque para ter acesso aos recursos do BNDES temos que fazê-lo por meio de um agente financeiro", explica.

"Além disso, nossa estratégia hoje é usar a informação para diminuir o risco do nosso negócio", diz Ivan. Segundo ele, foi solicitado na reunião que a Secretaria de Agricultura da Bahia disponibilizasse semanalmente informações sobre o mercado europeu e americano. "Se soubermos como os mercados estão caminhando teremos como direcionar melhor as nossas frutas, inclusive explorando mais o mercado interno".

O gestor local de projetos de fruticultura do Sebrae, Rinaldo Moraes, também destaca que a Instituição está trabalhando para dar soluções aos produtores. Acesso a feiras e apoio para formação de parcerias para acessar mercados alternativos, inclusive internamente, estão entre as oportunidades apresentadas pelo Sebrae.

O Vale do São Francisco é o maior exportador de manga e uva do Brasil. Da região são enviadas para o exterior 105 mil toneladas de manga e 60 mil toneladas de uva a cada ano.

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